ECCO'LET: trabalhadores em greve exigem aumento salarial justo!
✊ O Sindicato Nacional do Calçado, Malas e Afins (SNPIC) tem como objetivo unir todos os trabalhadores na luta pela mudança das suas condições de trabalho. Atualmente, os trabalhadores da empresa Ecco Portugal estão em greve e o sindicato apoia essa luta.
📢 De acordo com Fernanda Moreira, dirigente do SNPIC, a empresa Ecco Portugal está apenas disponível para aumentar os salários de acordo com o legalmente exigido para corresponder à inflação, o que "representa 55 euros mensais". No entanto, os funcionários querem um valor mais elevado para "conseguirem recuperar o poder de compra que perderam nos últimos anos", devido aos salários iniciais praticados pela Ecco.
📢 Em 2014, a Ecco pagava 130 euros acima do salário mínimo nacional, mas agora só está a pagar 46 euros a mais e, como o nível de vida subiu tanto, os 100 euros que os funcionários pedem são mais do que justos, atendendo a que, noutras categorias profissionais, a empresa tem dado aumentos de 500, 600 e até 2.000 euros.
📢 A precariedade, inflação, doenças profissionais e falta de apoio são alguns dos problemas enfrentados pelos trabalhadores da Ecco Portugal. A dirigente do SNPIC afirma que os mais de 500 operários da produção "não estão contra outros colegas ganharem mais", mas consideram que a "diferença de tratamento" ao nível remuneratório demonstra "desconsideração" pelo seu trabalho e uma tentativa de "os aproximar cada vez mais do salário mínimo nacional".
📢 A Fernanda Moreira defende que a recusa da Ecco Portugal em aumentar os salários "não está relacionada a nenhum problema financeiro", já que, apesar da quebra da faturação devido à pandemia de covid-19 e das "vendas mais baixas na Rússia após o investimento grande que lá se fez" na estrutura comercial de distribuição ao público, a multinacional dinamarquesa "tem estado a recuperar bem" e a sua unidade portuguesa "continua a produzir muito".
📢 O problema, segundo a dirigente do SNPIC, está na distribuição de orçamentos por parte da sede do grupo, que "define um orçamento para a fábrica de cada país e, para Portugal, tabela sempre por baixo, o que é totalmente injusto". Ademais, é contraditório que a Ecco Portugal não esteja a acompanhar o sucesso do setor do calçado em Portugal, sendo que 2022 foi o ano mais lucrativo de sempre com 2 bilhões de euros em exportações. A má administração da Ecco Portugal pode estar a contribuir para isso, já que os trabalhadores afirmam não estar a tomar as melhores decisões.